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Olá, chamo-me Pedro Lopes e sou um apaixonado pelo Trail, em especial por aquelas provas mais longas que nos consomem a alma para as conseguir realizar! Espero que com este blog consiga transmitir todas as emoções que vivo durante as minhas aventuras.

sábado, 25 de junho de 2022

Ultra Trail Serra da Freita - 2022


                                    "Dos fracos nao reza a historia"

...eu diria mais "isto é para homens de barba rija e mulheres de bigode!







No passado dia 25 de junho, foi dia da prova Rainha de Portugal 😁.

Ora bem, tinha chegado o DIA. 

O dia da minha prova! O dia de passar a noite na minha serra preferida! o dia em que ia ter tempo para por a conversa em dia com a "minha" Serra da Freita 😆

 Bem, mais uma vez tinha decidido com a Clarinha irmos na véspera.  Tínhamos conseguido arranjar um local muito agradável, familiar, com gente muito simpática perto de Arouca para pernoitar, eu uma noite, a Clarinha e o meu filhote, duas noites. Para os interessados chama-se VisitaFreita. (Obrigado Rui pela indicação 😄)




Assim que chegámos a Arouca fomos levantar o dorsal e o friozinho na barriga fez-se logo sentir.

A noite foi com alguma chuva. Os senhores da meteorologia, assim tinham prometido. 

Como era de esperar, eu pouco consegui dormir. Apesar de já ter feito esta prova de 100km`s duas vezes, de ter já feito inúmeras outras provas nesta serra e de outras tantas vezes ter vindo treinar para a Freita, era impossível conter o nervosismo. Afinal de contas ia participar numa prova traçada pelo Sr. Moutinho.




Os treinos tinham corrido mais ou menos bem, apesar de ter atravessado uma fase física menos boa, onde as cãibras eram residentes oficiais no meu corpo, lá ia conseguindo cumprir com a minha preparação. 




 Dia "D" que é como quem diz, dia da prova 

A partida era dada ás 6:00h da manha, o que obrigou a famelga a ter que levantar-se cedo para me levar até ao local da partida que era junto ao Complexo Desportivo Municipal de Arouca.

Mais uma vez esta prova, para mim, caracteriza-se por ser um teste à sobrevivência, à paciência e resiliência, e à dor, apesar de que este ano não esteve o calor abrasador que é característico nesta prova. Mas as dificuldades estavam lá todas. As Goelas do Mundo (epá...não consigo transcrever a beleza e dureza daquele trilho), mas que vale a pena deixar lá litros de suor, vale! 

As travessias pelo rio, onde todos dizem que é a parte mais fácil da prova, mas que, pode deixar marcas e fazer moça para os quilómetros seguintes, pelo menos para quem não tiver um par de meias suplentes na mochila para poder trocar no abastecimento de Covelo de Paivô, local este, (para mim) onde realmente começa a verdadeira prova e conhecemos a verdadeira dureza da Freita!

O Muro, (uma das definições de muro - construção usada para separar terrenos, …muralha de fortificação) - ora bem...aqui este local não separa terrenos, porque não tem nenhuma construção…, mas é uma autentica parede na vertical em que algumas vezes precisamos de ligar a "tração às 4" e.…não estou a exagerar! 




Ah...este muro separa-nos também do próximo trilho, que só o nome diz tudo "Subida das Almas Penadas" 

Nem sei bem o que dizer...sobre esta subida, mas que ficamos completamente depenados, ficamos!

Depois temos a aldeia da Pena, onde a sua famosa sopa com broa acompanhada por uma "jola" num local onde a sombra e a brisa fresca ajudam a atenuar o “depenanço” atras!




O Portal do inferno.




Drave - a aldeia magica.




Os famosos 3 pinheiros, que até chegar a eles vamos a rogar pragas ao obreiro desta prova, Incas e finalmente ao km60, Povoa das Leiras - base de vida (local onde podemos receber assistência externa, trocar de roupa e descansar um pouco, claro...quem tiver ainda tempo para isso!



 Até que vem a famosa Besta, no meu caso, feita já com a noite posta e um frontal ligado.

Bondança, Porqueiras e as tão famosas escadas do Martírio até que chegamos à Lomba!

Mais uma bifana e uma cervejinha no bucho...e as energias estavam recarregadas para os km`s finais!

Bradar aos Ceus, era o que me esperava. Mais um nome em que facilmente fazemos um filme na nossa cabeça sobre a suposta dureza desta subida. 




Neste meu caso, o que teve de dureza, teve ainda mais de beleza! Já quase na parte final da subida, o dia começou a nascer! Maaaas queeeee paisagem!!!!! Qual dor, qual cansaço, qual que!!! A Freita tem qualquer coisa de fenomenal!!! 

Pedras Parideiras e toca a rumar ao local do ultimo abastecimento, Albergaria da Serra.

Chegado a este abastecimento, significava que faltavam 13km`s para alcançar Arouca e conseguir assim acabar pela 3ª vez esta aventura!

E pronto, os km`s finais foram praticamente a descer e depois de mais uns nomes feios e umas outras quantas pragas (outra vez) rogadas ao "Pai" por estar fartinho de tanta descida...lá entro nos km`s finais com a escola à vista e com a Clarinha e o Gui à minha espera.

Assim que entro no pavilhão, o sentimento é indescritível. É uma sensação única! Não sei…faz-me sentir o homem mais forte do mundo, não sei se percebem!

Doidices e muiiiita paixão! Paixão pela serra, pelos trilhos, pela corrida…

 Esta não foi a minha melhor prestação em relação à classificação e ao tempo que demorei, mas isso para mim, não interessa muito, principalmente numa prova de 3 dígitos. Até porque mais uma vez fiz a prova sem relógio e praticamente sem saber a quantas andava. O importante era ir alcançando os dez abastecimentos que tinha pela frente e chegar a Arouca a respirar!

 

Resumindo:

26h35 depois de ter partido de Arouca, regresso ao Pavilhão no 85º lugar na geral, 43º no escalão M40, sem pele num calcanhar, com uma unhada pisada, mas com um sorrido do tamanho do mundo!





Obrigado Clarinha por todo o teu apoio durante a prova e depois dela também (bem que precisei) 😁


Desta vez juntei umas fotos e fiz um pequeno resumo em video. 

Fotografias: Clarinha, Frítz, Rui Rodrigues, Bruno Batista, Susana Luzir, Ultra Trail Serra da Freita.











terça-feira, 14 de junho de 2022

Poiares Trail 35k

 

Poiares Trail - um autentico dia de festa 😁


Fotografia: Pedro Lopes (momentos antes da partida)

 No passado dia 5 de junho rumámos ate Vila Nova de Poiares, para participar no Poiares Trail.

Já tinha ouvido falar muito desta prova, mas nunca tinha tido a oportunidade de a fazer, ate que este foi o ano.

Antes de mais quero dar os parabéns à organização (Associação Recreativa de S. Miguel), mas que excelente ambiente, que excelente festa, que excelente dia vocês proporcionaram à malta doida dos trails. Muitos parabéns!!


Fotografia: Pedro Lopes

Bem, o dia tinha começado muito cedo. A nossa (digo a nossa porque a minha guerreira ultra J desafiou-se mais uma vez na distância mais longa da prova – 35k) prova começava às 8:30 e como tínhamos uma horita de viagem e ainda levantar os dorsais, o dia começou mesmo muito cedo (na realidade é uma coisa que já estamos habituados a fazer, por isso….não sei porque me queixo).


Fotografia: Pedro Lopes

Assim que chegámos a Poiares, deu logo para perceber a festa que se iria proporcionar durante o dia. O local do inicio da prova foi no mercado municipal, o que tornou todo aquele ambiente em torno da prova mais familiar. Local do levantamento dos dorsais bem organizado, barraquinhas com equipamentos e afins que a malta gosta de ver e investir, música, um super speaker (Hugo Água), muitos fotógrafos (nunca, mas nunca tive tantas fotos de um só trail). Ou seja, aqui a malta da organização não facilitou mesmo.


Fotografia: Pedro Lopes

A equipa DCI/ Trilhos Luso Bussaco estava em peso nesta prova, alguns atletas ate já eram repetentes neste evento, por isso, isto já não era novidade.


Fotografia: Kabazuk ( na foto a Sónia, Americo Almeida e o Joaquim)

Ora então…beijinhos e desejos de boa prova e a partida era dada num ambiente fenomenal.

Tinha mais uma vez decidido com a Clarinha que cada um iria fazer a prova ao seu ritmo e depois o primeiro a chegar, fazia o favor de esperar pelo outro.


Fotografia: Ana Ferreira ( a Clarinha e o Miguel Teixeira do DCI, na foto)



O percurso….

Quem me conhece sabe que o meu ideal de prova é na alta montanha e passar horas e horas a conversar com elas, a admirá-las e eu sabia que aqui não iria ter esse tipo de prova.

(...mas está quase a chegar o dia dessa prova 😁)

Aqui a minha estratégia seria ir ao meu ritmo, tentar mante-lo e conseguir ultrapassar a barreira calor que estava há muito anunciado.


Fotografia: Ana Ferreira

A prova apesar de ter 1600D+ tinha partes do percurso bastante rápidos o que para mim, poderia fazer-me cair em tentação e depois pagar a fatura km`s mais à frente.

O primeiro abastecimento situava-se em Louredo, ao km11. Até aqui nada de especial, trilhos bem marcados, single tracks muito giros, com umas paisagens verdes e bonitas. Estava a sentir-me bem e avançava a um bom ritmo.

Enquanto saia do abastecimento, preparava-me mentalmente para entrar numa parte da prova em que tínhamos pela frente sensivelmente 7km`s, que seriam maioritariamente e progressivamente sempre a subir.


Fotografia: Zé das Fotos

Bem que empeno dos diabos! Mais uma vez dou os parabéns à organização porque soube aproveitar todos os recursos do percurso/ natureza que os rodeiam.

O relógio marcava 2h51 de prova e eu chegava ao segundo abastecimento em Venda Nova – km21

Com a malta dos abastecimentos sempre animados e prestados, o animo conseguia-se manter, mas…o que não se estava a conseguir manter era a frescura e a forma física. O calor começava a apertar e os flasks de água ficavam vazios muito rapidamente.


Fotografia: Zé das Fotos

Mais uma vez fui castigado pelas cãibras que ultimamente são-me constantes em provas. E foi mais ou menos ao km 22/23 que a minha prova virou um pesadelo fazendo-me recordar outras provas em que por estar sempre a parar para alongar, perdia muitas posições, muito tempo e pior do que isso, o ânimo!

Aquela subida até ao marco geodésico…devo ter parado umas…20vezes para alongar…porque ficava autenticamente imobilizado. Que sofrimento!


Fotografia: Zé das Fotos

Bem…assim que consigo chegar a Alveite e depois de ter passado como se costuma dizer “as passas do Algarve” para alcançar o Alveite (local do terceiro abastecimento, km 29) entrava na parte da prova em que era quase sempre a descer até à meta. Ou a descer ou em plano (não pensem que se tornou mais fácil, porque não se tornou)! Se lá atras parei 20 vezes para alcançar o marco geodésico, para descer e andar na zona mais rolante até à meta, devo ter parado outras 20 onde mais uma vez ia sendo passado por outros atletas que ao me verem imobilizado perguntavam sempre se precisava de ajuda, mas que eu agradecidamente recusava porque o que eu na realidade precisava era de umas rodinhas nas sapatilhas.

Fotografia: João Delgado

E pronto …com muito sacrifício, sofrimento e suor, há…e também com 5h06 de prova, chego ao mesmo local de onde parti, num super ambiente de festa que me fez esquecer por momentos as dores e atenuar o meu sentimento de tristeza por não estar a conseguir ultrapassar esta fase, ainda por cima com uma super prova aí à porta.

Fotografia: Ana Ferreira

Assim que cheguei ainda deu para descansar um pouco, falar com malta amiga, juntar-me a alguns colegas de equipa e esperar pela minha atleta que também viria a conseguir ultrapassar este desafio com distinção, o que me deixa muito orgulhoso com a sua evolução e com aquela “coisa” de querer sempre um pouco mais (acho que lhe peguei o bichinho) em vez de ser sempre arroz!


Fotografia: Pedro Lopes (é sempre um gosto ver-te amigo Michel e parabéns Filipa por teres superado este desafio 😀)

Obrigado equipa, obrigado malta da organização, obrigado fotógrafos e para o ano lá estaremos!! Isso é certo!


Fotografia: Pedro Lopes

Nossos resultados:


Fotografia: Kabazuk

Clarinha – 35k / 6h38 – 153º geral / 29º feminina / 7º F40

Pedrocas – 35K / 5h06 – 77º geral / 20º M40

quarta-feira, 1 de junho de 2022

São Silvestre de Aveiro

São Silvestre de Aveiro em pleno dia de verão 😁


Fotografia: Pedro Lopes



No passado sábado foi dia da São Silvestre de Aveiro.

Uma prova que em dezembro tinha sido adiada por causa das restrições relacionadas com o Covid e que pela primeira vez realizou-se em maio num pleno dia de Verão.

Os dorsais tinham sido levantados no dia anterior, e como a prova era em casa, apenas nos dirigimos para o local da prova, uma horita antes.


Fotografia: Pedro Lopes


Fruto de outras nossas participações, já sabíamos que o ambiente iria ser de festa e de muitos reencontros.

Tal e qual…esta Clarinha conhece meio mundo…e depois o outro meio conhece a Clarinha…, portanto tivemos mesmo um ambiente super bom e de festa.


Equipa DCI /Trilhos Luso Bussaco / Fotografia: Pedro Lopes


A minha preparação para a prova da Freita, está em marcha, mas o tempo começa a apertar e eu ainda preciso de afinar melhor a maquina, só que esta prova tinha mesmo que a fazer porque como eu já disse atras, o ambiente é fantástico e vale mesmo a pena fazer esta São Silvestre.


Fotografia: Pedro Lopes


Tinha decidido em conjunto com a Clarinha que cada um iria correr ao seu ritmo e aproveitávamos tentávamos dar o nosso melhor e fazer desta prova um treino diferente rumo aos nossos objetivos.

Assim foi….

Fotos para cá…fotos para lá…e a hora da partida começava a aproximar-se.


Fotografia: São Silvestre Aveiro 


O dia estava fantástico, sol, e muito calor o que fazia desta prova um clima diferente ao que estamos habituados nas São Silvestres.


Fotografia: Pedro Lopes

O relógio marcava 18:30 connosco já dentro das boxes, a partida era dada.

Um pouco de confusão logo de inicio, onde os atletas mais rápidos tentavam colocar logo de inicio o seu ritmo, algumas ultrapassagens arriscadas, e a curva para a esquerda logo na saída da meta era feita. Entravamos numa estrada larga onde começava a haver uma separação de ritmos.

Apesar do inicio da prova ter sido muito rápido eu rapidamente encontrei o meu e assim tentei manter ate ao final.

A Clarinha já tinha ficado um pouco para trás, mas, eu sabia que ela iria dar o seu melhor!

O percurso consistia em dar duas voltas por algumas ruas da cidade. O relógio marcava 21minutos e a minha primeira volta era concluída, passando pelo centro de congressos (Local da partida e onde se situava também a meta). Estava tudo a correr-me bem, apesar do calor que se fazia sentir.

Entretanto com 26 minutos de prova, a Clarinha também concluía a sua primeira volta.

As pessoas que se tinham deslocado para ver a prova, ajudavam bastante, o apoio era constante dando-nos assim uma forcinha extra.

Assim que entro a meio da segunda volta reparo que estou um pouco mais lento, mas mesmo assim ainda conseguia ultrapassar alguns atletas que também não iam a aguentar o ritmo imposto.

E pronto…últimos metros, curva para a direita, e entro na reta da meta com o publico a continuar a dar apoio e com muita satisfação e alegria concluo este desafio debaixo de um calor intenso, nada habitual para uma São Silvestre.

Entretanto era hora de esperar pela minha menina que sensivelmente dez minutos depois e também cheia de alegria corta a meta para também concluir o desafio dela.

Não tendo sido o meu melhor tempo numa prova de 10K fiquei satisfeito pela minha prestação e claro…pela prestação da minha super atleta.

E pronto, assim foi a nossa prova e o calendário ficou atualizado! Para dezembro há mais J

Fotografia: São Silvestre Aveiro


Nossos resultados:

Clarinha: Geral 399º / F40-17º/ Tempo 54:38

Fotografia: Pedro Lopes



Pedro: Geral 117º / M40- 40º/ Tempo 44:45

Fotografia: Pedro Lopes


Bons treinos maltaaaa 😀